Meu Pé de Bergamotas
A individualidade e a estagnação do personagem junto ao restante da obra sugere uma vida que passa enquanto se aguarda por alguma coisa que ponha fim à letargia. Um estímulo externo. Um cenário onde é possível definir a passagem do tempo através do cair das folhas, representadas através de fotografias soltas ao chão. Estas fotos retratam a memória de familiares e amigos. Nestas fotografias não estão contidas apenas imagens, mas os valores de uma época – valores de família, de comportamento e de uma sociedade. Cada foto foi escolhida considerando-se a espontaneidade dos retratados, sua naturalidade. Não há poses forçadas ou artificiais. Foram captados momentos puros de alegria, de amizade, de contentamento. As “folhas" que se encontram no chão, não estão associadas à morte ou perda, mas a momentos registrados como uma referência a situações que foram vividas, tudo que aconteceu no passado é fato consumado. As experiências jamais se perdem, apenas se modificam, podemos aprender com o passado, porém, enquanto mantemos a imagem como a de um “personagem” em nossas vidas, permanecendo ali, estagnado, criamos uma ilusão de vida, uma existência quase que artificial.
TRabalho de Conclusão de Curso Artes Visuais - Denis Baptistella